Quando imaginamos uma empresa com equipes fortemente orientadas ao crescimento e aprendizado contínuos, logo creditamos esse desempenho a um RH visionário, a impecáveis células de treinamento ou à atração maciça de talentos cujas competências individuais favoreçam a evolução contínua do time. Todos esses fatores certamente contribuem para a implantação eficaz de uma cultura de desenvolvimento constante, mas a consistência desse movimento é dada por uma liderança fortemente engajada no tema. A conclusão é de relatório recente da Association for Talent Development (Associação norte-americana para o Desenvolvimento de Talentos – ATD), que ouviu profissionais do setor em 304 companhias e mapeou as melhores práticas entre elas.
Levantamentos anteriores da entidade já alertavam que a existência de uma cultura consolidada de aprendizado contínuo predispõe as organizações a resultados comerciais 20% melhores em relação àquelas que não têm em seu DNA a preocupação com o desenvolvimento constante da equipe. Já a produtividade dos colaboradores aumenta mais de 200% com a presença de uma cultura de atualização e crescimento. Enquanto apenas 20% das companhias afirmam que seus líderes sêniores expressam apoio à aprendizagem em alto ou muito alto grau, os indicadores positivos mencionados estão justamente nessa minoria.
Segundo o novo relatório da ATD, intitulado Developing a Culture of Learning: Strategies for Organizational Achievement (Desenvolvendo uma cultura de aprendizagem: estratégias para realização organizacional, em livre tradução), as empresas têm mais chances de integrar os melhores índices de produtividade e desempenho comercial se tiverem líderes sêniores participando ativamente das iniciativas de desenvolvimento de talentos, comunicando frequentemente aos colaboradores a importância de aprender e crescer continuamente. Gerentes de linha, quando engajados nessa cultura, apoiando a aplicação e a transferência de conhecimento, também ajudam a elevar os índices das empresas.
Estratégias
Com base no estudo, a ATD recomenda várias formas de os líderes sêniores comunicarem com efetividade a importância do aprendizado contínuo e tornar essa cultura bem-sucedida. Desde chamados públicos em reuniões com todos os colaboradores, até comunicados periódicos sobre o tema. Ações que permitam o compartilhamento mútuo de conhecimento entre colaboradores também estão entre as mais efetivas na promoção de uma cultura de desenvolvimento contínuo.
Em nível gerencial, a cultura do aprendizado é reforçada quando líderes atribuem aos funcionários missões que lhes permitem ver todo o conhecimento adquirido em ação, ainda que se tratem de empreitadas um pouco além do que seus cargos atualmente exigem.
Deve-se comunicar a importância do aprendizado logo na contratação de novos empregados, bem como incluir questionamentos sobre o tema na seleção.
O levantamento revelou que organizações que permitem aos seus colaboradores o uso do tempo de trabalho remunerado para aprendizagem têm chances de melhor desempenho. Cerca de 28% das organizações participantes do estudo oferecem, por exemplo, planos de desenvolvimento Individual – PDIs (que estabelecem as habilidades, conhecimentos ou competências individuais que um funcionário precisará desenvolver em um certo e dado prazo) para todos os funcionários. Em torno de 41% o fazem para apenas parte da equipe.
Também recomendado para uma cultura de aprendizado contínuo de sucesso, o PDI pode ser cumprido mediante sua integração a ações educacionais da própria empresa, sob o cuidado de não se tornar desafiador ou complicado demais e atrapalhar a produtividade do colaborador.
Fonte: https://melhorrh.com.br